Factores predictivos del bienestar y/o de sintomatología psicopatológica en adultosresultados longitudinales

  1. Serra Figuera Catarino, Monica
Dirigida per:
  1. Florencio Vicente Castro Director/a
  2. Ana Isabel Sánchez Iglesias Codirectora

Universitat de defensa: Universidad de Extremadura

Fecha de defensa: 19 de de juny de 2017

Tribunal:
  1. María Carmen Palmero Cámara Presidenta
  2. Silvio Manuel da Rocha Brito Secretari/ària
  3. Mercedes Gómez Acuñas Vocal

Tipus: Tesi

Resum

Objetivo: A presente investigação teve como objetivo geral avaliar os fatores preditivos a um ano, do bem-estar e da sintomatologia psicopatológica de adultos. Método: Tratando-se de um estudo longitudinal, administramos duas baterias de instrumentos de avaliação, com um intervalo de um ano. No primeiro momento foram aplicados seis instrumentos: a Escala de Satisfação com a Vida, o Inventário de Personalidade, a Escala de Esperança, a Escala de Ansiedade, Depressão e Stresse, a Escala de Atenção e Consciência Plena e a Escala de Auto Compaixão. Após um ano, aplicámos quatro instrumentos: a Escala de Satisfação com a Vida, a Escala de Esperança (de Futuro), a Escala de Ansiedade, Depressão e Stresse e a Escala de Acontecimentos de Vida. Os adultos que colaboraram nesta investigação encontravam-se a trabalhar em empresas públicas ou privadas da região centro de Portugal. Deste modo, obtivemos no primeiro momento uma amostra transversal de 480 indivíduos com idades entre os 19 e os 71 anos (M= 38,81, DP=10,40) e no segundo momento, alcançámos uma amostra de 332 colaboradores com idades compreendidas entre os 21 e os 71 anos (M= 39,20, DP=9,91). Resultados: Através dos resultados obtidos, percebemos que relativamente à variável satisfação com a vida, os indivíduos com maior satisfação com a vida no primeiro momento, com mais esperança, com mais acontecimentos de vida positivos e com menor neuroticismo, tendem a revelar-se mais satisfeitos com a vida no momento T2. No que diz respeito à depressão, verificamos que os indivíduos mais depressivos no momento T1, com maior número de acontecimentos de vida negativos, mais ansiosos, com menor esperança, com menor número de acontecimentos de vida positivos e mais neuróticos tendem a apresentar níveis mais elevados de depressão no momento T2. Relativamente à ansiedade, os resultados permitem-nos verificar que os sujeitos mais ansiosos no momento T1, com maior número de acontecimentos de vida negativos, com atenção e consciência plena mais baixa, menos extrovertidos e com maiores níveis de stresse no T1 tendem a revelar-se mais ansiosos no momento T2. No que diz respeito ao stresse, podemos também afirmar que os indivíduos com maiores níveis de stresse no momento inicial (T1), com maior número de acontecimentos de vida negativos e com atenção e consciência plena mais baixa, tendem a evidenciar níveis mais baixos de stresse no segundo momento (T2). Como foi possível observar, os acontecimentos de vida negativos exibiram influência, na depressão, na ansiedade e no stresse. Assim, procuramos verificar através de estudos de moderação, se as variáveis que indiciam processos psicológicos adaptativos (mindfulness, esperança, extroversão e auto-compaixão) moderam o efeito dos acontecimentos de vida negativos, ao fim de um ano. Deste modo, na predição da depressão, os acontecimentos de vida negativos foram moderados pelo mindfulness, pela esperança e pela extroversão. Na predição da ansiedade, os quatro estudos realizados mostraram que os acontecimentos de vida negativos não foram moderados pelo mindfulness, pela esperança, pela extroversão ou pelas duas dimensões da auto-compaixão. Na predição do stresse, os acontecimentos de vida negativos foram moderados pelo mindfulness e pela extroversão. Na predição da satisfação com a vida, os acontecimentos negativos foram moderados pela esperança e pela extroversão. Conclusão: Os dados obtidos na nossa amostra, indicam que os acontecimentos de vida negativos foram atenuados pelas variáveis indicadoras de processo ou traços psicológicos positivos (mindfulness, esperança, extroversão e auto-compaixão) consoante a variável outcome (satisfação com a vida, depressão, ansiedade e stresse). Portanto, sugerimos que as intervenções de desenvolvimento pessoal tenham como base a prática da atenção e consciência plena na regulação da emoção, assim como a promoção da esperança na determinação e capacidade para alcançar objetivos. Se ao que foi referido anteriormente, aliarmos um posicionamento otimista face aos eventos (extroversão), parece-nos ser possível diminuir o impacto dos acontecimentos de vida negativos na determinação da satisfação com a vida e na diminuição dos sintomas psicopatológicos (ansiedade, depressão e stresse).