Caracterização geoquímica, geocronológica, e dos fluidos das ocorrências de metais raros (ETR SN, BJ, U E TH) nos maciços da mina de Santa Bárbara, provincia estanífera de Rondônia, Brasil

  1. Sousa Guimaraes, Frederico
Dirigida per:
  1. Francisco Javier Ríos Director/a
  2. Clemente Recio Hernández Codirector

Universitat de defensa: Universidad de Salamanca

Fecha de defensa: 30 de de juliol de 2021

Tribunal:
  1. Kazuo Fuzikawa President/a
  2. Regis Munhoz Secretari/ària
  3. Nilson Francisquini Botelho Vocal
  4. Ascensión Murciego Murciego Vocal
  5. Alexandre Lima Vocal

Tipus: Tesi

Resum

Este trabalho tem como objetivo a caracterização litológica, geoquímica, geocronológica e de fluidos relacionados aos granitos, granitos greisenizados, veios, greisens e demais ocorrências de metais raros, e seus minerais portadores, na região do Maciço Santa Bárbara na Província Estanífera de Rondônia (PER). A PER é uma província metalogenética do Cráton Amazônico cuja mineralização está hospedada numa série de suítes graníticas evoluídas, especializadas geoquimicamente, com afinidade rapakivi, tipo-A, peraluminosos a peralcalinos. Essas suítes estão relacionadas a mineralizações de Sn, Nb, Ta, W, Be, Li e metais base associados, além de possíveis ocorrências de elementos terras raras (ETR), Bi, U e Th. Na mais jovem dessas suítes, chamada “Granitos Últimos de Rondônia” (ca. 995 Ma), a mineralização ocorre na forma de greisen acamadado, veios, stockworks, e placers associados. Foram amostradas rochas na região dos maciços Santa Bárbara, Potosi, 14 de abril e Duduca, com ênfase no primeiro, onde há uma mina em atividade que explota cassiterita em aluvião e em greisen intemperizado friável. Resultados petrográficos permitem inferir similaridade microestrutural e mineralógica entre os maciços. Os maciços graníticos são compostos de microclina, albita, quartzo e mica escura. A mica primária ocorre em agregados em formas irregulares ou de coroas, e é pobre em Li–F e rica em Ti–High Field Strength Elements (HFSE). Uma variedade de mica intersticial aos grãos magmáticos é interpretada como tardi-magmática, e é rica em Li–F–Ti–HFSE. Já os greisens dos maciços consistem em rochas pobres em ETR (10 a 20% do teor dos granitos) e ricas em Li, F, Sn, Nb, Ta, formados a partir do autometassomatismo por H+ do granito por fluidos tardimagmáticos. Esses fluidos demonstradamente coexistem com melts de bismuto metálico. A mica do estágio greisen é rica em Li–F e pobre em Ti–HFSE, e ocorre como grossos cristais nos greisens ou como pseudomorfos de feldspatos nos granitos parcialmente greisenizados. Zonação composicional em larga escala nas micas do granito e baixo teor de HFSE na mica do greisen suportam a hipótese de que a mica é portadora e reservatório de HFSE nos granitos, podendo liberá-los durante hidrotermalismo, formando minerais-minério. Após a greisenização, o fluido encontra-se rico em K– Na–ETR devido à dissolução de feldspato e minerais de ETR, porém empobrecido em Ce devido a sua baixa solubilidade em fluidos oxidados. Esse fluido pode causar feldspatização pós-greisenização dos granitos adjacentes ao greisen, aumentando em até oito vezes seu teor de ETR com exceção do Ce. Os minerais primários de ETR no granito são monazita, xenotima e bastnäsita-Ce, enquanto o aporte tardio de ETR pelo metassomatismo forma principalmente bastnäsita-La. Embora alguns trabalhos tenham apontado um intervalo de 20 a 30 Myr entre cristalização magmática e alterações pósmagmáticas associadas à mineralização, datação U–Pb direta em cassiterita revela idades indistinguíveis da de cristalização magmática do granito, dentro dar esolução temporal do método