Formação de educadores para a educação intercultural, em escola do ensino fundamental do estado de São Paulo

  1. Misturini Sato, Cristina
Dirigida per:
  1. Eloy Gómez Pellón Director/a

Universitat de defensa: Universidad de Salamanca

Fecha de defensa: 13 de de desembre de 2023

Tribunal:
  1. Jesús María Aparicio Gervás President
  2. Elízabeth Manjarrés Ramos Secretària
  3. Antônio Augusto Bonatto Barcellos Vocal

Tipus: Tesi

Teseo: 829134 DIALNET lock_openTESEO editor

Resum

Esta tese apresenta um estudo de caso em antropologia educacional, de uma formação continuada para docentes de crianças de faixa etária entre 9 a 10 anos, em conceitos antropológicos e ferramentas pedagógicas necessárias ao desenvolvimento de uma educação de caráter intercultural. Realizamos pesquisa bibliográfica prévia, ao que problematizamos e transcrevemos os conceitos de intraculturalidade, multiculturalidade, interculturalidade e transculturalidade, que podem ser estágios dentro do conceito maior de sobreculturalidade, o qual aponta para a possibilidade de sobrevivência das culturas em um cenário transcultural, com sujeitos passíveis de direitos e deveres. Pesquisamos exemplos históricos de posturas interculturais e etnocêntricas de etnias, assim como a relação histórica entre educação e cultura, no Brasil e no mundo. Analisamos as normativas e recomendações educacionais brasileiras em relação à educação intercultural, ao que, na parte prática realizamos entrevistas para verificar se docentes de uma escola de ensino fundamental da rede privada do Estado de São Paulo, Brasil, possuíam conhecimentos antropológicos e desenvolviam práticas de educação intercultural, pelo que verificamos que o conhecimento de conceitos antropológicos era quase nulo, assim como tinham dificuldade de desenvolver as práticas interculturais. Observamos de forma participante, em segundo momento, aplicação de formação continuada aos docentes em educação intercultural, através de dinâmicas socioemocionais da Disciplina Positiva, assim como de apresentação de conhecimentos antropológicos que suportam esta modalidade educacional. Percebemos que, através da aplicação das dinâmicas e conhecimentos, houve grande sensibilização dos docentes em relação ao tema. Posteriormente, em rodada de entrevistas realizadas com os docentes, pós-formação, notamos que todos os educadores conseguiram, a partir desta, desenvolver práticas interculturais e adquirir maiores conhecimentos em conceitos antropológicos que dão suporte a esta. A última parte deste estudo de caso foi a observação participante de três dinâmicas de caráter intercultural e socioemocional, por parte de professor que participou da formação, a 4 classes de Ensino Fundamental e observamos que houve grande sensibilização por parte dos alunos em relação à questão intercultural, resultado percebido posteriormente, em inquérito realizado com a docente que aplicou, que verificou que os alunos que participaram da mesma estavam convivendo de forma mais tolerante e respeitosa, uns com os outros. Concluímos que, apesar das diretivas governamentais em relação ao desenvolvimento de uma educação intercultural, os docentes não receberam formação acadêmica para tal, sendo necessária formação continuada do tema, para que os mesmos consigam desenvolvê-la.